Excertos do Livro: Capítulo IV. Equilíbrio:

Preocupa-se não perturbando-se.

Potenciais excedentes:

Tudo na natureza aspira o equilíbrio. A mudança brusca da pressão atmosférica equilibra-se com o vento. A diferença de temperatura compensa-se com a troca de calor. Em todo o lado, onde aparece-se um potencial excedente de qualquer energia, aparecem as forças de equilíbrio, direccionadas para a eliminação do desequilíbrio. Nós estamos de tal forma habituados com esta semelhante ordem das coisas, que nem nos questionamos: mas porquê que, propriamente, tem que ser exactamente assim? Porque funciona a lei do equilíbrio? Para esta pergunta não existe resposta.

Geralmente, qualquer lei não explica nada, mas sim constata factos. Todas as leis da natureza, são secundárias, derivadas da lei do equilíbrio. E ela é a primária (ou pelo menos assim parece), por isso é impossível explicar, porque carga de água é que na natureza tem que existir o equilíbrio. Mais precisamente, de onde vêm as forças de equilíbrio e porque elas existem. Pois o facto de nós nos termos habituado a isto, não quer dizer que, é assim que isto tem que ser. É possível apenas tentar adivinhar, como é que ficaria o mundo sem a lei do equilíbrio: transformar-se-ia numa espécie de creme amorfo ou num calor agressivamente tórrido? No entanto, o aspecto pouco atraente deste tipo de mundo, ainda não pode servir como um motivo da existência do equilíbrio. Por isso, só nos resta aceitar este facto e admirar entusiasticamente a perfeição do espaço circundante, e também perder-se em inúmeros dilemas, sobre o quê que afinal comanda isto tudo.

Nós nos habituamos, que a vida tem linhas brancas e negras, o sucesso altera-se para a derrota. Isto tudo são manifestações da lei do equilíbrio. Pois tal como a sorte, como também o azar são a perturbação do equilíbrio. O equilíbrio pleno – aparece quando não existe nada a acontecer, mas no entanto não existe o absoluto. De qualquer forma, ainda ninguém conseguiu observar isto a acontecer. No mundo nós observamos sempre oscilações: dia – noite, preia-mar – baixa-mar, nascimento – morte e etc. Até no vácuo, acontece o nascimento e a aniquilação contínua de partículas elementares.

É possível imaginar todo o mundo em forma de pêndulos, que meneiam-se, extinguem-se e cooperam uns com os outros. Cada pêndulo recebe empurrões dos seus vizinhos e passa-lhes os seus. Uma das leis fundamentais, comandantes com todo este complexo sistema, é a lei do equilíbrio. No fim de contas tudo aspira o equilíbrio. Você mesmo é uma espécie de pêndulo. Se você se quer pensar em perturbar o equilíbrio e oscilar bruscamente para qualquer lado, você tocará nos pêndulos vizinhos e com isto você irá criar a volta de si indignação, a qual depois vai virar-se contra si.

O equilíbrio pode ser perturbado não só com acções, mas também e com pensamentos. E não é só porque depois destes, seguem as acções. Como você já deve conhecer, os pensamentos irradiam a energia. No mundo da realização material tudo tem debaixo de si uma base energética. E tudo o que acontece no nível invisível, reflecte-se no mundo de objectos materiais e visíveis. Pode parecer, que a energia dos nossos pensamentos é demasiado pequena, para que possa causar qualquer efeito no mundo que nos rodeia. Mas com este tipo de ordem, tudo seria muito mais simples.

Aliás, não vamos tentar adivinhar, o que será que esta a acontecer no nível energético, para não nos assustarmos completamente. Para os nossos objectivos, é plenamente suficiente aceitar o modelo facilitado do equilíbrio: se aparece um potencial excedente energético, surgem as forças de equilíbrio, direccionadas para a sua eliminação.

Um potencial excedente cria-se com a energia mental quando, a qualquer objecto atribui-se demasiada importância. Por exemplo, vamos comparar duas situações: eis aqui você de pé na sua casa, e eis você a beira de um abismo. No primeiro caso isto não lhe preocupa nem um pouco. No segundo caso a situação tem uma importância muito grande – se você der um passo em falso, acontecerá o irremediável. A um nível energético, aquele facto de você encontrar-se simplesmente de pé, tem uma igual importância tanto como no primeiro, tal como no segundo caso. Mas, encontrando-se a frente do abismo, você com o seu medo aumenta a tensão, cria a heterogeneidade no campo energético. E logo aparecem as forças de equilíbrio, direccionadas para a eliminação deste potencial excedente. Você pode até sentir na realidade o seu efeito: por um lado, uma força inexplicável atrai-o para baixo, mas por outro lado – puxa-o afastar-se o mais possível da beira. Pois para eliminar o potencial excedente do medo, as forças do equilíbrio precisam de lhe retirar da beira ou fazê-lo cair para baixo e acabar com isto. É esse o efeito que você sente.

A um nível energético todos os objectos materiais têm uma igual importância. Somos nós que lhes atribuímos determinadas qualidades: bom – mau, alegre – triste, atraente – repulsivo, o bem – o mal, simples – complicado entre outros. Tudo neste mundo submete-se a nossa apreciação. A apreciação por si só não cria a heterogeneidade no campo energético. Ao estar sentado na sua poltrona, você avalia: estar sentado aqui é seguro, mas estar a frente de um precipício é perigoso. Mas neste momento isto não lhe preocupa. Você simplesmente dá a sua avaliação, por isso o equilíbrio não se perturba de modo nenhum. O potencial excedente surge apenas no caso de se atribuir uma grande importância a apreciação.

A grandeza do potencial cresce, se a apreciação, para além de ter uma grande importância, ainda deforma a realidade. Geralmente, o objecto de veneração é sempre excessivamente atribuído com qualidades, o objecto de ódio – com defeitos, o objecto de medo – com qualidades assustadoras. Então significa que, a energia mental aspira artificialmente reproduzir uma determinada qualidade ali, onde na realidade ela não existe. Neste caso cria-se um potencial excedente, que provoca o vento das forças de equilíbrio.

A confusão da apreciação, que deforma a realidade, tem duas direcções: a atribuição em excesso ao objecto de qualidades negativas, ou de qualidades positivas. No entanto o próprio erro na apreciação, não representa qualquer papel. Preste de novo a atenção – a confusão da apreciação gera o potencial excedente só se a apreciação ter uma grande importância. Somente a importância, concretamente para si atribui a apreciação, a sua energia.

Os potenciais excedentes, sendo invisíveis e imperceptíveis, de qualquer modo jogam um significativo e no entanto pérfido papel na vida das pessoas. A acção das forças de equilíbrio para a eliminação destes potenciais excedentes, gera uma grande parte de problemas. A perfídia está no facto, de que o humano recebe frequentemente o resultado, directamente oposto a sua intenção. No entanto é completamente incompreensível, o que está a acontecer. Daqui vem a sensação, como se agisse uma inexplicável e má força qualquer, uma espécie de «lei da infâmia». Nós já tocamos neste assunto, quando discutíamos, porquê que nós recebemos aquilo, que activamente não queremos. Vamos ver no seguinte exemplo, como nos desliza por entre as mãos, o desejado.

Existe uma opinião errada que afirma que se dedicarmos completa e inteiramente ao nosso trabalho, é possível alcançar resultados relevantes. Do ponto de vista de equilíbrio é totalmente óbvio, que «dedicar-se ao trabalho» – significa colocar num lado da balança este mesmo trabalho, e no outro lado – tudo o resto. O equilíbrio é perturbado, e as consequências não se deixam esperar por muito tempo. O resultado vai ser directamente oposto ao esperado.

Insatisfação e condenação:

 

Comecemos pela insatisfação consigo próprio. Isto manifesta-se na insatisfação de resultados e qualidades pessoais, como também na rejeição activa dos seus defeitos. Podemos reparar neles, mas não lhes dar muita importância. Mas se os defeitos não o deixam em paz e adquirem uma grande importância, cria-se um potencial excedente. As forças de equilíbrio entram logo em acção para eliminar este potencial. A sua acção pode ser direccionada no desenvolvimento de qualidades, ou então na luta contra os defeitos. A pessoa, em conformidade, vai agir para um, ou para o outro lado. A pessoa escolhe com mais frequência a luta, e esta posição vira-se contra ele. Esconder os defeitos é inútil, elimina-los é ainda mais difícil. O resultado é completamente oposto, e a situação torna-se ainda pior. Por exemplo, tentando esconder a sua timidez, a pessoa reduz-se à servidão, ou ao contrário, torna-se desmedidamente atrevida.

Se o indivíduo está insatisfeito com os seus resultados só para que isto sirva de empurrão para se aperfeiçoar, o equilíbrio não é perturbado. Com isto, o mundo a sua volta não é afectado, mas o deslize interior do equilíbrio compensa-se com acções positivas. Mas se o indivíduo começa a autoflagelar-se, zanga-se consigo mesmo ou – ainda pior – castiga-se, então surge um perigoso acontecimento de discussão entre a alma e a mente. Pois a alma não merece este tratamento. Ela é auto-suficiente e perfeita. Todos os defeitos que você adquiriu, – são os defeitos da mente e não da alma. Aliás, isto é um tema tão grande e complexo que até é merecedora de um outro livro. Aqui nós vamos apenas assinalar, que discutir consigo mesmo é completamente desvantajoso. A alma vai se fechar dentro de si, e a «mente irá triunfar», o que poderá semear a completa discórdia na vida. Para que depois não seja necessário consultar um psicanalista, liberte-se e perdoe todos os seus defeitos. Se você por enquanto ainda não consegue amar-se a si próprio, então, pelo menos, para de lutar consigo mesmo e aceita-se como é. Só desta forma que a alma será aliada da mente. E este é um aliado muito poderoso.

Está bem, você irá dizer, eu vou deixar todos os meus defeitos em paz, então e como é que eu posso adquirir qualidades? Pois eu não consigo parar no meu desenvolvimento? É claro, desenvolva as suas qualidades o quanto você desejar. Aqui a conversa é unicamente, em deixar de lutar com os seus defeitos. Neste tipo de luta você gasta a sua energia na manutenção não só inútil, como também muito prejudicial, potencial excedente. Quando você vai recusar finalmente de lutar, a energia libertada irá para o desenvolvimento das suas qualidades.

Já para não falar de que isto tudo soar banalmente simples, muitas pessoas gastam uma energia colossal na luta consigo mesmos e na ocultação dos seus defeitos. Eles, como se fossem titânios, condenaram-se para a toda a vida, a carregar este peso. Basta-lhes apenas permitirem-se ser eles próprios e libertarem-se desta pesada carga, como logo a vida ficará visivelmente leve e simples. A energia será redireccionada da luta com os defeitos para o desenvolvimento de qualidades. Para além disso, os parâmetros deste tipo de irradiação corresponde as linhas de vida, onde as qualidades predominam sobre os defeitos. Pense, por exemplo, como pode deslocar-se para as linhas de vida, onde você tem uma boa forma física, se todos os seus pensamentos estão em volta dos seus defeitos corporais? Você recebe aquilo, o que activamente não quer.

Se no caso de insatisfação consigo mesmo, você entra em conflito com a sua alma, então no caso de insatisfação para com o mundo, você entra em confronto com um grande número de pêndulos. É lhe conhecido que não há nada de bom em ser passível a sua influência. E quanto em lutar com eles é melhor nem se quer pensar.

A insatisfação representa-se como uma irradiação plenamente material, frequência da qual é muito semelhante as linhas de vida, onde aquilo, com o quê que você está insatisfeito, demonstra-se ainda com mais exuberância. Sentido a atracção para estas linhas de vida, você fica ainda mais insatisfeito, e assim continua, até você chegar a linha de vida, onde você é – uma pessoa velha e doente, incapaz de mudar alguma coisa. Resta apenas encontrar consolo na resmunguice para com este mundo, e também nas recordações de como tudo era melhor antigamente.

Cada geração está convicta de que a vida tornou-se pior. Não, a vida só se tornou pior para  uma determinada geração, e mais concretamente para aqueles, que se habituaram a debater-se na sua insatisfação para com este mundo. Se não, a humanidade (passado umas quantas gerações) simplesmente transforma-se num autêntico inferno. Um quadro deprimente, não é verdade? Este é o primeiro aspecto da insatisfação em relação ao mundo, que leva ao crescente agravamento da vida.

Mas ainda existe outro aspecto deste mau hábito de manifestar insatisfação: a perturbação do estado de equilíbrio. A sua insatisfação cria um potencial excedente no espaço energético circundante independentemente dele ser justo ou não. O potencial gera as forças de equilíbrio, que vão precipitar-se em estabelecer o equilíbrio. Seria fantástico, se estas forças agissem de forma a mudar a situação para melhor. Mas, infelizmente, com muita frequência acontece precisamente o contrário. As forças de equilíbrio vão lhe chamar a ordem de modo a que as suas queixas para com este mundo, tenham um peso cada vez mais leve. Isto é lhes muito mais fácil, do que mudar tudo com o que você está insatisfeito. Imagine que um governador vai começar a manifestar activamente insatisfação em relação a tudo o que acontece no governo. Além do mais, não é importante se as suas intenções são boas ou más. Ele será logo afastado ou fisicamente eliminado. Toda a História é a comprovação disso.

A relação de dependência

A idealização do mundo é o lado contrário da insatisfação. A opinião em relação as coisas adquire tons cor-de-rosa, e muito parece melhor, do que realmente é. Como você sabe, quando parece que há algo, que não realidade não existe, surge um potencial excedente.

Idealizar – significa sobrevalorizar, levar ao pedestal, venerar, criar um ídolo. O amor, criadora e administradora do mundo, difere na idealização, de que ela, pelo seu sentido, é desapaixonada, apesar disto soar muito paradoxal. O amor incondicional – é um sentimento sem o direito de posse, admiração ou veneração. Por outras palavras, ela não cria uma relação de dependência entre aquele que ama, e o objecto do seu amor. Esta simples fórmula vai ajudar a detectar, onde acaba o sentimento e onde começa a idealização.

Imagine que, você passei num vale montanhoso, afogado de plantas e flores. Você deleita-se com esta paisagem miraculosa, respira o aroma do ar fresco, a alma está repleta de felicidade e paz. Isto é o amor.

Depois você começa a colher as flores: você rasga-as, esmaga-as com as suas mãos, não pensando que elas estão vivas. Depois as flores morrem lentamente. Mais tarde chega-lhe a cabeça, que é possível produzir perfumaria e cosmética delas, ou então simplesmente vender, ou então criar um culto de flores e venerá-las, como ídolos. Isto é a idealização, porque em qualquer dos casos cria-se uma relação de dependência entre si o objecto do seu passado amor – as flores. Daquele amor, que existia naquele momento, quando você simplesmente deliciava-se com a imagem do vale das flores, não restou nem um vestígio. Consegue sentir a diferença?

Pois bem, o amor gera uma energia positiva, a qual vai-o levar para a linha de vida correspondente, mas a idealização cria um potencial excedente, gerador das forças de equilíbrio, precipitadas em o eliminar. A acção das forças de equilíbrio é diferente em cada caso, mas o resultado é só um. Geralmente é possível caracterizá-lo como «o destrono de mitos». Este destrono acontece sempre, e dependendo do objecto e do nível da idealização, você vai receber um forte ou fraco, mas sempre contrário, resultado. E assim será reestabelecido o equilíbrio.

Idealização e sobreavaliação

A sobreavaliação é a atribuição de qualidades a pessoa, as quais ela não possui. A um nível mental isto revela-se em forma de ilusões, parecendo ser inofensivas. Mas a um nível energético, surge um potencial excedente. O potencial cria-se em todo o lado, onde existe uma mudança brusca de uma quantidade ou qualidade qualquer. A sobreavaliação – é precisamente uma modelação e concentração de determinadas qualidades, onde elas realmente não existem. Aqui existem duas opções. A primeira opção – quando o lugar está ocupado, ou seja há uma pessoa em concreto, ao qual atribuem qualidades que não lhe são peculiares. Para eliminar a heterogeneidade que surgiu, as forças de equilíbrio têm que criar um contrapeso.

Por exemplo, um jovem romântico e sonhador, desenha na sua imaginação a sua amada como um «anjo de pura beleza». Mas na verdade, ela é uma pessoa com os pés bem assentes no chão, gosta de divertimento e não está nem um pouco inclinada para dividir os sonhos do seu jovem amado. Em qualquer outro caso, quando uma pessoa cria para si um ídolo e leva-o até ao pedestal, mas cedo ou mais tarde acontece o destrono do mito.

Em relação a isto existe a história notável de Karl May, autor de romances muito conhecidos sobre o Oeste Selvagem e criador de personagens como, Surehand, Winnetou, entre outros. Todos os romances, May escreveu na sua pessoa, por isso surgiu a impressão de que era ele que participava realmente em todos os acontecimentos e era um indivíduo verdadeiramente eminente e merecedor de admiração. As reproduções de Karl May são tão vivas e coloridas, que surge uma completa ilusão de que só um participante real deste acontecimentos é poderia escrevê-las. Lês os seus livros e parece que vês um filme. E o enredo é tão cativante, que o Karl May foi baptizado de «Duma alemão».

Os numerosos fãs de Karl May, estavam absolutamente convictos que ele é o Westman mais conhecido – Mão de Fogo, como ele se imaginava nos seus livros. Os admiradores nem podiam permitir outros pensamentos. Pois eles encontraram para si um objecto de admiração e imitação, e quando o ídolo vive perto, isto suscita um interesse ainda maior. Quão foi a sua admiração, quando ficou revelado, que o Karl May nunca tinha ido a América, e algumas das suas reproduções foram realizadas na prisão. Aconteceu o destrono do mito, e os fãs passaram a odiá-lo. Mas quem é que tem culpa? Pois foram eles mesmo que criaram para si um ídolo e estabeleceram a relação de dependência: «Tu és o nosso herói, com a condição de que, tudo isto é verdade».

Na segunda opção, quando no lugar de qualidades ilusórias criadas artificialmente nem se quer há nenhum objecto, surgem sonhos cor-de-rosa e castelos no ar. O sonhador paira nas nuvens, tentando fugir da dolorosa realidade. Com isto mesmo ele cria um potencial excedente. As forças de equilíbrio neste caso, para eliminar os castelos voadores, vão estar sempre a confrontar este romântico com a severa realidade. Até mesmo se ele conseguir atrair um montão de pessoas com a sua ideia e criar um pêndulo, de qualquer maneira a utopia está condenada, porque o potencial excedente surgiu num espaço vazio, e os pêndulos mais tarde ou mais cedo vão parar este pêndulo.

Mais um exemplo, quando o objecto de sobreavaliação existe apenas como um ideal. Imaginemos que uma mulher desenha na sua imaginação o retrato do seu marido ideal. Quanto mais firme é a sua afirmação de que ele tem que ser exactamente assim, mais forte torna-se o potencial excedente criado. E extinguir este potencial só é possível com um sujeito de qualidades completamente contrárias. Depois basta apenas admirar-se: «E onde estavam os meus olhos?» E ao contrário, se a mulher odeia activamente a bebedeira e rudez, ela parece que vai parar a uma armadilha e encontra para si um alcoólico ou um brutamontes. A pessoa recebe aquilo o que activamente não quer, porque irradia a energia mental na frequência da sua aversão, e para além de mais cria um potencial excedente. A vida une frequentemente pessoas completamente diferentes, as quais, parece que não combinam em nada uma com a outra. Assim as forças de equilíbrio, deparando pessoas com potenciais contrários, precipitam-se em os extinguir.

É de uma forma especialmente evidente que a acção destas forças, manifesta-se nas crianças, porque elas são energeticamente mais sensíveis do que os adultos, e agem naturalmente. Se elogiar demasiado a criança, ela vai começar logo a demonstrar caprichos. E se você começar a adular a frente dela, ela vai começar a desprezá-lo ou pelo menos, já não o vai respeitar. Se tentar com todas as suas forças, fazer da sua criança um filhinho bem-educado, ele, o mais provavelmente vai começar a dar-se com más companhias na rua. Se tentar fazer dele um génio, ele perderá qualquer interesse no estudo. E quanto mais activamente tentar carregar a criança de quaisquer clubes e escolas, maior é a probabilidade, de que ele vá crescer numa personalidade cinzenta.

Desprezo e vanglória

Uma forte infracção de equilíbrio é a censura de outras pessoas, mais precisamente o desprezo. De acordo com um nível energético, não existem pessoas boas ou más. Existem apenas os que submetem-se as leis da natureza, e aqueles que causam distúrbios no «status-quo». Os últimos, no final das contas, sujeitam-se sempre a influência das forças, precipitadas em voltar o equilíbrio perturbado.

É claro que surgem com frequência situações, quando o indivíduo merece ser censurado. Por si? Isto é uma questão vazia. Se o indivíduo prejudicou pessoalmente a si, então em primeiro lugar ele perturbou o equilíbrio e você não é a fonte do potencial nocivo, mas sim uma arma das forças, que precipitam-se em reestabelecer o equilíbrio. Então o alvoroçador vai receber o que merece, se você disser tudo o que pensa, ou se tomar determinadas medidas dentro dos limites racionais. Mas se o objecto da sua censura não lhe fez concretamente nada de mal, significa que não é você que o deve julgar.

Vamos observar esta questão de uma forma puramente mercantil. Concorde comigo, é completamente impensável sentir ódio por um lobo, que dilacerou uma ovelha, quando você observa isto na televisão. O sentimento de justiça está sempre a empurrar-nos para censurarmos diferentes pessoas. No entanto isto transforma-se muito depressa num hábito, e muitos transformam-se ao longo dos anos em acusadores profissionais. Na maior parte das situações você nem tem noção das motivações que levaram essa pessoa a agir daquela maneira. Pode ser que no seu lugar você faria ainda pior?

Pois bem, em resultado deste tipo de censura você cria um potencial excedente em volta de si mesmo. Pois acontece que, quanto pior é o réu, tanto mais você tem que ser melhor. Se já lhe apareceram cornos e dentes, você tem que ser um anjo. E como as suas asas não crescem, entram em acção as forças, que precipitam-se em reestabelecer o equilíbrio. Os métodos destas forças vão ser diferentes em cada situação concreta. Mas o  resultado, pelo seu sentido, será sempre o mesmo: você vai receber uma estalada de dedos no nariz. Dependendo da força e forma de censura, esta estalada pode ser ou imperceptível, ou de tão maneira forte, que você acabará numa das piores linhas de vida.

Você mesmo pode criar uma longa lista de tipos de censura e as suas consequências, mas eu para uma melhor clareza vou dar alguns exemplos.

Nunca despreze as pessoas do que quer que seja. Isto é o tipo mais perigoso da censura, pois em resultado da acção das forças de equilíbrio, você poderá ficar no lugar daquele, que você despreza. Para as forças isto é o método mais directo e fácil para reestabelecer a harmonia perdida. Despreza os mendigos e os sem-abrigo? Você mesmo pode perder o dinheiro e casa, e eis aqui o balanço reestabelecido. Despreza as pessoas com deficiências físicas? Sem problemas, e para si há-de encontrar-se um incidente. Despreza os alcoólicos e os toxicodependentes? Pode para facilmente aos seus lugares. Pois ninguém nasce assim, mas si tornam-se nisto devido a força de diferentes circunstâncias da vida. Então e porquê que estas circunstâncias têm que passar ao seu lado?

Superioridade e sentimento de carência de qualidades

O sentimento de superioridade ou de carência de qualidades – é uma relação de dependência pura. As suas qualidades relacionam-se com as qualidades de outros, por isso é que cria-se inevitavelmente um potencial. A um nível energético não há importância, se você expressa a sua superioridade publicamente ou se felicita-se em segredo comparando-se com os outros. Não há necessidade em comprovar, que a expressão aberta das sua superioridade não lhe vai trazer nada senão a hostilidade de outros. Comparando-se com os outros a seu favor, o humano precipita-se em confirmar-se artificialmente a conta de outrem. Este tipo de tendência cria-se sempre um potencial, mesmo se isto for uma sombra de altivez, que não está totalmente evidente. Neste caso, a acção das forças de equilíbrio vai sempre manifestar-se como uma estalada de dedos no nariz.

Dá para perceber que, comparando-se com o mundo que o rodeia, a pessoa tenta demonstrar a sua significância. Mas a auto-afirmação à conta da comparação – é ilusória. Analogicamente uma mosca tenta passar pelo vidro, quando ao lado está aberto um postigo. Quando uma pessoa precipita-se em declarar ao mundo sobre a sua significância, a energia gasta-se na manutenção do potencial excedente artificialmente criado. Mas a auto-perfeição, pelo contrário, desenvolve realmente grandes qualidades, por isso é que a energia não se gasta em vão e não cria um potencial prejudicial.

A si pode parecer, que a energia gastada na comparação, é insignificante. Mas na verdade esta energia chega em excesso para a manutenção de um potencial bastante forte. Aqui é a intenção de direccionar a energia para um ou para outro lado, que representa um papel principal. Se no lugar do objectivo apresenta-se o desejo de obter qualidades, a intenção leva a pessoa mais em frente. Mas se o seu objectivo é demonstrar ao mundo as suas regalias, então ele simplesmente dará umas voltinhas no mesmo lugar, criando uma heterogeneidade no campo energético. O mundo será «abalado» pelo brilho das regalias, e as forças de equilíbrio entrarão em acção. Elas não têm muito por onde escolher: ou reavivar as cores pálidas do mundo circundante, ou apagar o brilho da estrela inoportuna. A primeira opção, é claramente, difícil. Resta-lhes apenas mais uma. As forças de equilíbrio têm métodos mais que suficientes para a realizar. Para eles não é obrigatório deixar o ambicioso sem as regalias. Basta-lhes apenas dar-lhe alguma má notícia, para abater a arrogância.

Nós assimilamos frequentemente diferentes aborrecimentos, problemas e obstáculos como características inalienáveis deste mundo. Mas ninguém fica admirado, que todos eles, começando por menores e acabando em maiores, são infalíveis companheiros durante a vida de cada pessoa. Todos ficaram habituados de que o nosso mundo é mesmo assim. Na verdade um aborrecimento – é uma anomalia, e não uma manifestação normal. De onde ela vem e porque é que ela acontece precisamente consigo, com muita frequência é impossível de determinar por um caminho lógico. Pois bem, a maior parte dos aborrecimentos, são invocados pela acção das forças de equilíbrio que eliminam os potenciais excedentes, criados por si próprio ou por pessoas do seu círculo social. Você nem dá conta, que cria potenciais excedentes, e a seguir aceita os aborrecimentos como um mal inevitável e não entende isto como o trabalho das forças de equilíbrio.

Você pode livrar-se da maior parte dos seus aborrecimentos, se libertar-se a si de esforços titânicos, direccionados para a manutenção de potenciais excedentes. A energia titânica não só se gasta no vazio, mas também direcciona as forças de equilíbrio de forma a que o resultado seja plenamente adverso a intenção. Deste modo, é necessário  simplesmente parar de debater-se como a mosca no vidro e direccionar a intenção para o desenvolvimento de qualidades, não se preocupando com a sua posição na escada de superioridade. Sacudindo dos seus ombros, o peso da preocupação em relação ao aumento da importância pessoal, você livrar-se-á da influência das forças de equilíbrio. Vai haver cada vez menos problemas, e haverá um crescimento da confiança nas suas próprias forças.

Por outro lado, é necessário afastar até os mais pequenos pensamentos, de que você é capaz de controlar o mundo circundante. Independentemente da sua posição na escada social, com esta atitude você vai acabar obrigatoriamente por perder. As tentativas de mudar o mundo circundante transtornam o equilíbrio. Uma intervenção activa no funcionamento do mundo, de um ou de outro modo, afecta os interesses de muitas outras pessoas. O Transurfing permite escolher o destino, não afectando com isto os interesses de ninguém. Isto é muito mais eficaz, do que agir directamente, superando obstáculos. O destino está realmente nas suas mãos, mas só no sentido de ser vos dado escolhê-lo e não alterá-lo. Agindo literalmente como um criador do destino, muitas pessoas sofreram a derrota. No Transurfing não há lugar para batalhas, por isso você pode com alívio «enterrar o machado da guerra».

Por outro lado, a recusa da superioridade não tem nada em comum com a humilhação voluntária. A humilhação voluntária é a superioridade com o símbolo contrário. A um nível energético, o símbolo não é significativo. A grandeza do potencial que surge é directamente proporcional ao significado da movimentação da avaliação. Confrontando-se com a importância, as forças de equilíbrio agem de forma a retirá-la do pedestal. No caso do complexo de carência de qualidades, elas obrigam a pessoa a tentar com todas as forças, aumentar artificialmente as suas qualidades reduzidas. As forças de equilíbrio agem habitualmente de forma directa, não se preocupando com as subtilezas das relações humanas. Por isso é que o humano comporta-se de uma forma pouco natural, e com isto destaca ainda mais aquilo, que tenta esconder.

Por exemplo, os adolescentes podem comportar-se de uma forma atrevida, e com isto preenchem a pouca confiança em si mesmos. Os tímidos podem comportar-se de uma forma desleixada, para esconder a sua timidez. As pessoas com uma auto-avaliação reduzida, desejando mostrar-se pelo melhor lado, podem comportar-se de uma forma fechada ou artificial. E assim sucessivamente. Em qualquer um dos casos, a luta com o seu complexo traz ainda mais consequências negativas do que ele mesmo.

Como você compreende, todas estas tentativas são inúteis. Lutar com o complexo de carência de qualidades é infrutuoso. O único método de evitar as suas consequências – é eliminar o próprio complexo. No entanto é difícil livrar-se dele. Persuadir-se a si mesmo, é também inútil. Não vai conseguir enganar-se. Aqui pode ajudar a técnica de slides, com a qual nós nos vamos conhecer mais tarde.

Nesta etapa é suficiente compreender, que a preocupação para com os seus defeitos, em comparação com as qualidades dos outros, funciona da mesma forma que o desejo de mostrar uma perfeição comparada. O resultado será o contrário da intenção. Não começa a imaginar que todos os outros dão tanta importância aos seus defeitos como você o faz. Na verdade, cada um de nós está atarefado só com a sua pessoa, por isso pode calmamente sacudir-se do peso titânico. O potencial excedente irá desaparecer, as forças de equilíbrio vão parar de agravar a situação, e a energia libertada vai ser direccionada para o desenvolvimento de qualidades.

Aqui está em causa, não lutar com os seus defeitos e não tentar escondê-los, mas sim compensá-los com outras qualidades. A falta de beleza é possível compensar com o encanto. Há pessoas com uma aparência muito pouco aprazível mas basta apenas conversar com elas que, o interlocutor vai logo deixar-se levar pelo seu encanto. Os defeitos físicos compensam-se com a confiança em si mesmo. Quantas grandes pessoas tinham uma aparência pouco atractiva! O não saber em comunicar pode ser compensado com o saber de ouvir.  Há um provérbio: «Todos mentem, mas isto não muda nada porque ninguém ouve a ninguém».  A sua eloquência pode interessar as pessoas, mas só em último lugar. Todos, como e você,  estão ocupados inteiramente por si mesmos, com os seus problemas, por isso um bom ouvinte, com o qual é possível desabafar tudo, – é um verdadeiro tesouro. As pessoas tímidas é possível aconselhar apenas uma coisa: cuide da sua qualidade como um tesouro! Acredite, a timidez tem um encanto escondido. Quando você recusar de lutar com a sua timidez, ela vai parar de parecer desajeitada, e você irá reparar, que as pessoas sentem por si uma grande simpatia.

O desejo de ter e de não ter

«Se queres muito – receberás pouco». Esta brincadeira infantil tem debaixo de si uma base. Só que alterava um pouco a frase: «Quando queres algo com muita intensidade, menos irás receber». Quando você quer demasiadamente receber algo, quer tanto que era capaz de dar tudo por isso, você cria um enorme potencial excedente, perturbador do equilíbrio. As forças de equilíbrio vão atirá-lo paras as linhas de vida, onde o objecto desejado nem se quer existia.

Se desenharmos um quadro do comportamento de um humano que está apropriado pelo desejo, a um nível energético isto vai parecer mais ou menos da seguinte forma. Um javali tenta apanhar um pássaro azul. Ele quer mesmo muito possuí-lo e com isto lambe-se, não pára de grunhir e afocinha a terra de impaciência. Naturalmente, o pássaro voa dali para fora. Mas e se o caçador passeia ao lado do pássaro azul com ar indiferente, então ele tem uma probabilidade muito grande de apanhá-lo pela cauda.

É possível destacar três formas de desejo. A primeira forma – é quando o forte desejo transforma-se numa intenção firme de ter e agir. Aí o desejo realiza-se. Com isto o potencial do desejo dissipa-se, porque a sua energia passa para a acção. A segunda forma – é um desejo inerte e cansativo, que representa um potencial excedente na sua forma mais pura. Ele está suspenso no campo energético e na melhor das situações gasta inutilmente a energia da vítima, e na pior – atrai diferentes problemas.

A terceira forma é a mais traiçoeira, acontece quando o forte desejo transforma-se em dependência do objecto do desejo. Uma alta significância cria automaticamente uma relação de dependência, que gera um forte potencial excedente e que invoca uma contra-indicação igualmente potente das forças de equilíbrio. Normalmente criam-se afirmações deste género: «Se eu conseguir alcançar isto, a minha situação vai melhorar muito», «Se eu não conseguir alcançar isto, a minha vida perde o qualquer sentido», «Se eu fizer isto, eu vou mostrar a mim e aos outros, qual é o meu valor», «Se eu não fizer isto, eu não tenho qualquer valor», «Se eu conseguir receber isto, vai ser muito bom», «Se eu não conseguir isto, vai ser muito mau». E entre outras variações.

Ligando-se a relação de dependência para com o objecto desejado, você atrai-se para um remoinho de água muito turbulento, onde você irá simplesmente perder todas as suas forças na luta para obter o desejado. No fim das contas, você não vai alcançar nada e irá recusar o seu desejo. O equilíbrio está reestabelecido, e para as forças de equilíbrio é completamente indiferente, o facto de você ser a vítima. E isto aconteceu devido a sua forte necessidade, de o desejo ser realizado. O desejo acabou por ficar num prato da balança e tudo o resto, noutro.

Para a realização só está sujeita a primeira forma, quando o desejo transforma-se numa intenção pura, livre de potenciais excedentes. Todos nós habituámos-mos, que neste mundo é preciso pagar por tudo, nada é dado de graça. Na realidade nós pagamos apenas pelos potenciais excedentes, os quais nós próprios criamos. No espaço de opções tudo é grátis. Já que nós nos expressamos nestes termos, em qualidade de pagamento pela realização dos desejos está a inexistência da significância e relações de dependência. Para a mudança para linha de vida, onde o desejado transforma-se em realidade, basta apenas a energia da pura intenção. Sobre a intenção nós falaremos mais tarde. Por agora, vamos apenas notar, que a intenção pura – é a união do desejo e acção com a ausência da significância. Por exemplo, uma intenção livre de ir ao quiosque comprar um jornal é pura.

Quanto maior se avaliam os acontecimentos, maior é a probabilidade de sofrer um revés. Se você dá uma importância muito grande a aquilo que você tem, e valoriza-o demasiado, então o mais provável é que as forças de equilíbrio lho retiram. Se aquilo o que você quer receber também é muito importante, então não espere recebê-lo. É necessário baixar a placa da significância, importância.

Por exemplo, você está doido pelo seu carro novo: limpa dele os grãos de pó, cuida muito bem dele, trata-o com muita delicadeza, tem medo de o riscar, ou seja, mima-o e adora-o. Em resultado cria-se um potencial excedente. Pois foi você que  atribuiu ao carro uma significância tão grande. Mas na verdade no campo energético a sua significância é equivalente a zero. Em resultado, e  infelizmente, as forças de equilíbrio vão encontrar depressa um pateta, o qual vai estragar-lhe o carro. Ou então você mesmo, sendo muito cuidadoso, vai parar a algum sítio. Basta apenas parar de adorar demasiadamente o seu carro e começar a encará-lo de uma forma comum, e logo o perigo para o seu carro será cada vez mais reduzido. Tratá-lo de uma forma comum – não significa de modo algum, levianamente. Você pode cuidar eficazmente do seu carro, sem fazer dele o seu ídolo.

O sentimento de culpa

O sentimento de culpa – é um potencial excedente na sua forma mais pura. Na natureza não existem os conceitos de bom e de mau. Como e boas, as más acções são para as forças de equilíbrio equivalentes. O equilíbrio reestabelece-se na qualquer das maneiras, se surge um potencial excedente. Você agiu mal, percebeu isso, sentiu o sentimento de culpa (eu tenho que ser condenado) – criou um potencial. Você agiu bem, percebeu isso, sentiu o sentimento de orgulho em relação a si (eu tenho que ser premiado) – e também criou um potencial. As forças de equilíbrio não percebem pelo quê que é necessário condenar ou premiar. Elas apenas eliminam as heterogeneidades criadas no campo energético.

A paga pelo sentimento de culpa vai ser sempre a condenação de uma ou de outra forma. Se ele não existe, então pode nem haver condenação. Infelizmente, o sentimento de orgulho em relação a uma boa acção também vai atrair condenação, e não um prémio. Pois as forças de equilíbrio precisam de eliminar o potencial excedente do orgulho, e um prémio só o ia intensificar.

O sentimento de culpa induzido, ou seja trazida por pessoas «correctas» do exterior, cria um potencial ao quadrado, pois a pessoa já é torturada pela consciência, e ainda é descarregado para cima o ódio dos justiceiros. E finalmente, o sentimento de culpa infundado, ligado a inclinação de ser «responsável por tudo» desde o nascimento, cria o mais superior potencial excedente. Neste caso  não é necessário sentir o peso da consciência – pois a causa é apenas inventada. O complexo de culpa pode estragar muito bem a vida, por que a pessoa submete-se a vida toda, sob a acção das forças de equilíbrio, ou sejas, a diferentes tipos de condenação devido a culpa imaginada.

Por isso é que existe este provérbio: «O descaramento – é a segunda felicidade». Pela regra, as forças de equilíbrio não tocam as pessoas, que não sentem a consciência pesada. Mas quer-se tanto que Deus castigue os malfeitores. Parece que a justiça tem que triunfar, e o mal castigado. No entanto a natureza não sabe o que é o sentimento de justiça, como isto não seja lamentável. Pelo contrário, em cima das pessoas cultas com um sentimento de culpa de nascença, são constantemente descarregadas todas as novas desgraças, mas aos vilãos irresponsáveis e cínicos acompanha frequentemente não só a impunidade, mas também e o sucesso.

O sentimento de culpa gera obrigatoriamente o cenário da condenação, além do mais, sem o conhecimento da sua consciência. Em correspondência com este cenário, o subconsciente vai levá-lo para o pagamento. Na melhor das opções você cortar-se-á, ou receberá pequenos ferimentos, ou vão surgir alguns problemas. Na pior, pode acontecer um incidente com graves consequências. Eis o que faz o sentimento de culpa. Ele não só traz em si a destruição, nele não há nada de útil nem de criador. Não é preciso você ter a consciência pesada – isto não vai ajudar o caso. É melhor agir, de forma a não sentir o sentimento de culpa. Mas já que aconteceu, é impensável sofrer em vão, ninguém irá sentir-se melhor com isso.

Os mandamentos bíblicos – não uma moral no sentido de que é preciso portarmo-nos bem, mas recomendações em como agir, para não perturbar o equilíbrio. Somos nós, como a nossa infantil e rudimentar psicologia, aceitamos os mandamentos como se a mamã ordenou para não fazer asneiras, senão manda para o canto. Pelo contrário, ninguém se apressa em castigar as pessoas que fizeram asneiras. Perturbando o equilíbrio, as pessoas criam para si mesmas problemas. E os mandamentos apenas avisam para isso.

Como já foi dito antes, o sentimento de culpa serve como um fio, pelo qual os pêndulos, em especial os manipuladores,  puxam as pessoas. Os manipuladores – são pessoas, que agem pela fórmula: «Tu tens que fazer aquilo, o que eu mando, porque tu és o culpado» ou «Eu sou melhor do que tu, porque tu não tens razão». Eles tentam constranger o seu «tutelado» o sentimento de culpa, para receber a influência sobre ele, ou para a auto-afirmação. Exteriormente estas pessoas parecem «correctas». Para elas já está há muito tempo estabelecido, o que é bom e o que é mau. Elas dizem sempre as palavras correctas, por isso estão sempre correctas. Todas as suas acções são também eficientemente correctas.

No entanto é necessário dizer, que nem todas as pessoas correctas estão inclinadas para a manipulação. Então de onde vem aos manipuladores a necessidade de pregar sermões e manipular? Ela está condicionada pelo facto de na sua alma eles serem atormentados por dúvidas e falta de confiança. Esta batalha interior, eles escondem artificialmente das pessoas que os rodeiam, e também de si mesmos. A falta da firmeza interior, que existe em pessoas realmente correctas, empurra os manipuladores para a auto-afirmação a conta dos outros.

A necessidade de pregar sermões e manipular surge do desejo de fortalecer as suas posições, humilhando o tutelado. Surgem as relações de dependência. Seria óptimo se as forças de equilíbrio mostrassem aos manipuladores como é que era. No entanto o potencial excedente surge apenas onde há pressão, mas não há movimentação da energia. Neste caso o tutelado do manipulador, dá-lhe toda a sua energia, por isso é que não há potenciais, e o manipulador age sem qualquer tipo de punição.

Assim que alguém demonstrou a prontidão em aceitar para si o sentimento de culpa, os manipuladores colam-se logo e começam a chupar a energia. Para não cair na sua influência, basta apenas recusar o sentimento de culpa. Você não é obrigado a justificar-se perante ninguém e não deve nada a ninguém. Se realmente é culpado, pode sofrer a condenação, mas não continue culpado. E você deve alguma coisa aos seus próximos? Também não. Pois você cuida deles devido a persuasão, e não por obrigação? Isto é totalmente diferente. Recuse a inclinação para a justificação, se esta existe. Assim os manipuladores vão compreender, que não há por onde apegá-lo e deixam-no em paz.

Já agora, a causa inicial do complexo da carência de qualidades é o sentimento de culpa. Se você sente em alguma coisa carência de qualidades, significa que este sentimento determina-se em comparação com os outros. Intenta-se um processo de inquérito, onde você mesmo apresenta-se como um juiz sobre si mesmo. Mas isto apenas lhe parece, que o juiz é você. Na realidade acontece algo diferente. Inicialmente você está propenso em aceitar a culpa para si – independentemente do que seja. Simplesmente você aceita ser o culpado. E se assim é, significa que você aceita que pode ser o réu e sofrer a punição. Comparando-se com os outros, você deixa que eles tenham o direito de ser superiores a si. Repare, foi você mesmo que lhes deu esse direito, deixou que os outros pensassem, que eles são superiores a si! Eles se calhar, nem se quer assim pensam, mas você assim o decidiu, e apresenta-se como o juiz sobre si mesmo, em nome de outros. Resulta que eles, julgam-no , porque foi você mesmo que fez a queixa para o tribunal.

Dinheiro

É difícil gostar do dinheiro sem a precipitação de possuí-lo, por isso aqui é praticamente impossível evitar as relações de dependência. É possível apenas tentar reduzi-las. Alegre-se, quando o dinheiro chega a si. Mas não se martirize se há falta de dinheiro ou se gastou o dinheiro, se não ele vai ser cada vez menos. Se uma pessoa recebe pouco, então os seus queixumes típicos, vão ser sobre como há sempre falta do dinheiro.  Os parâmetros desta irradiação, correspondem as pobres linhas de vida.

É particularmente perigoso ser passível ao alarme, de que há cada vez menos dinheiro. O medo é a emoção mas energeticamente rica, por isso, sentindo medo de perder ou não receber dinheiro, você mesmo transporta-se de uma forma muito eficaz, para as linhas de vida onde o dinheiro está a ficar realmente cada vez mais pouco. Se você ficou capturado nesta armadilha, vai ser muito difícil sair, mas é possível. Para isso é necessário eliminar a causa do potencial excedente, o qual você próprio criou. E a sua causa é a dependência do dinheiro ou o desejo muito grande de os ter.

Para começar acalme-se e fique satisfeito com aquilo que você já tem. Lembre-se que pode haver situações ainda piores. Não é necessário recusar o desejo de ter dinheiro. É necessário apenas relacionar-se calmamente com o facto de ele ainda não correr para si como um rio. Entrar em posição de jogador, o qual, em qualquer momento, pode enriquecer ou perder tudo.

Muitos dos pêndulos utilizam o dinheiro na qualidade de método universal de pagamento com os seus sequazes. É precisamente o negócio dos pêndulos que levou ao fetiche do dinheiro. Com a ajuda do dinheiro é possível abastecer a sua existência no mundo material. Quase tudo vende-se e compra-se. Todos os pêndulos fazem os pagamentos por dinheiro – escolha um. Aqui esconde-se um perigo.  Mordendo o isco com um brilho falso, é possível passar muito facilmente para as linhas de vida, muito distantes da sua felicidade.

Perfeição

E finalmente vamos observar o caso mais ambíguo e paradoxal da perturbação do equilíbrio. Começa tudo aos poucos, mas acaba com consequências muito graves. Pela regra, desde a infância que nos habituam a fazer tudo esforçadamente, pela consciência, educam-nos o sentimento de responsabilidade e enraízam o conceito do mal e do bem. Sem margem de dúvidas, é assim que deve ser, senão o exército de irresponsáveis e mal-educados seria enorme. Mas os sequazes mais zelosos dos pêndulos, isto entra tanto na alma que torna-se parte da sua personalidade.

A precipitação para a perfeição em tudo, ultrapassa para uma ideia induzida. A vida deste tipo de pessoas – é uma completa batalha. Adivinhe, com quem? É claro, com as forças de equilíbrio. A colocação para obtenção da perfeição em todo lado e em tudo, dá uma agravação no nível energético, pois as avaliações deslocam-se inevitavelmente, e de seguida cria-se um potencial excedente.

Não há nada de mal na precipitação em fazer tudo bem. Mas se a isto acrescenta-se uma importância excessiva, as forças de equilíbrio chegam num instante. Elas vão simplesmente estragar tudo. E com isto surge uma ligação em volta, e a pessoa concentra-se ainda mias nisto. Ela quer perfeição, mas acontece o contrário, ela tenta remediar tudo tristemente, mas só se torna tudo pior. No fim das contas a precipitação para a perfeição torna-se um hábito, e pode tornar-se uma mania. A existência transforma-se numa completa luta, e isto envenena automaticamente a vida das pessoas que a rodeiam, porque um idealista não é existente só para consigo mas e com os outros. Isto revela-se na impaciência com os hábitos e gostos de outras pessoas, o que serve frequentemente de motivo para pequenos conflitos, que as vezes ultrapassa para maiores.

Importância

Finalmente, vamos observar um tipo mais geral do potencial excedente – a importância. Ela surge onde dá-se uma importância excessiva a algo. A importância representa um potencial excedente puro, com a eliminação do qual, as forças de equilíbrio formam problemas para aquele que cria este potencial.

Existem dois tipos de importância: a interior e a exterior. A interior, ou pessoal, apresenta.se com uma sobreavaliação, das suas qualidades ou defeitos. A sua fórmula é aproximadamente esta: «Eu sou uma pessoa importante» ou «Eu realizo um trabalho importante». Quando o ponteiro da importância da própria pessoa ultrapassa o limite, as forças de equilíbrio começam o seu trabalho, e o «pássaro importante» recebe uma estalada de dedos no nariz. Aquele que, «realiza o trabalho importante», também espera a desilusão: ou o trabalho não vai ser necessário para ninguém ou será realizada de uma forma mal feita. Mas inflar as bochechas e mostrar um ar altivo – é apenas uma face da medalha. Existe ainda uma outra face, mais precisamente – a humilhação das suas qualidades. O que daí se segue, você já conhece. Como você compreende, a grandeza do potencial excedente em ambos os casos é igual, a diferença está apenas nos símbolos.

A importância exterior também é artificialmente criada pelo humano, quando ele dá uma importância muito grande a um objecto ou acontecimento do mundo que o rodeia. A sua fórmula é: «Para mim tem mais importância isto ou aquilo» ou «Para mim é muito importante fazer isto ou aquilo». Com isto surge o potencial excedente, e todo trabalho vai ser desfeito. Se você ainda consegue controlar de alguma forma a importância interior, então com a exterior é ainda mais complicado. Imagine que você precisa de passar por um tronco, que se encontra no chão. Não há nada mais fácil. Mas agora você precisa de passar pelo mesmo tronco, que se encontra posicionado entre os dois telhados de duas altas casas. Isto para si é muito importante, e você não irá conseguir convencer-se do contrário. O único método para a eliminação da importância exterior é o seguro. Para cada situação concreta o seguro vai ser próprio.  O importante – é não deixar tudo em cima de um prato da balança. Tem que haver um contrapeso qualquer, a protecção, um plano B.

Não tenho mais nada a dizer em relação a isto. Pelo sentido, já foi dito tudo sobre a importância, acima. Você adivinha? Tudo, o que foi dito neste capítulo – são variações sobre o tema da importância, interior ou exterior. Todos os sentimentos e reacções desequilibradas – indignação, insatisfação, irritação, preocupação, agitação, abatimento, confusão, tristeza, medo, pena, afeiçoamento, admiração, comoção, idealização, reverência, enlevo, decepção, orgulho, arrogância, desprezo, nojo, ofensa e outras – são não mais do que a manifestação da importância de uma ou de outra forma. O potencial excedente apenas cria-se apenas quando você dá uma importância excessiva a uma qualidade, objecto ou acontecimento – dentro ou fora de si.

 

Da luta para o equilíbrio

É possível de alguma forma resistir as forças de equilíbrio? É exactamente isto que nós fazemos todos os dias. Toda a vida consiste na luta com as forças de equilíbrio. Todas as dificuldades, aborrecimentos e problemas estão ligados com o trabalho das forças de equilíbrio. Em qualquer um dos casos é absurdo resistir as forças de equilíbrio, elas vão fazer o seu trabalho na mesma. Os esforços direccionados para a eliminação das consequências, não vão levar a nada. Pelo contrário, a situação vai apenas agravar-se. O único método contra as forças de equilíbrio – é a eliminação da causa, mais precisamente a diminuição do potencial excedente da importâncias que as gerou. As situações da vida são tão variadas que é impossível dar um receita universal para a resolução de todos os problemas. Eu aqui só posso dar apenas recomendações gerais.

Cada pessoa apenas e constrói uma parede na base da importância e depois tenta trepá-la ou fazer um buraco com a cabeça. Em vez de superar obstáculos, não é melhor tirar um tijolo da base para que a parede se derrube? Todos nós conseguimos ver claramente os nossos obstáculos. Mas ver qual é a sua base, nem sempre é tão simples. Se você confrontou-se com uma situação problemática, tente determinar, onde você está a sair dos limites, no quê que se concentra, ao quê que dá uma importância excessiva. Determine a sua importância, e depois recuse-a. A parede irá ruir, os obstáculos vão desaparecer, o problema irá resolver-se sozinho. Não supere os obstáculos – diminua a importância.

Diminuir – ainda não significa lutar com os seus sentimentos e tentar esmagá-los. As emoções e preocupações excessivas são as consequências da importância. É necessário eliminar a causa – a relação. Pode-se aconselhar relacionar-se para com a vida de uma forma filosófica, até onde é possível. No entanto este chamamento já embota os dentes. É necessário reconhecer, que a importância não lhe vai trazer nada sem ser problemas, e depois diminuí-la intencionalmente.

A diminuição da importância exterior não tem nada em comum com o menosprezo e subestimação. Pelo contrário, o menosprezo é a importância com o símbolo contrário. É necessário relacionar-se com a vida com mais simplicidade. Não menosprezar, mas também e não exagerar nos enfeites. Pensar menos de como são as pessoas – boas ou más. Receber o mundo na sua manifestação mais normal.

A diminuição da importância interior não tem nada em comum com a humildade e com a humilhação voluntária. Arrepender-se pelos seus erros ou pecados – é a mesma coisa que demonstrar as suas qualidades e êxitos. A diferença está aqui apenas no símbolo: mais ou menos. O seu arrependimento pode ser apenas necessário aos pêndulos, que desejam estabelecer sobre si o controlo. Aceite-se como você é. Permita-se o luxo de ser você mesmo. Não glorifique e não rebaixe as suas qualidades e defeitos. Precipita-se para a paz interior: não é importante mas também não é insignificante.

Se a sua posição depende muito de um acontecimento qualquer, encontre uma opção segura. Para passar calmamente pelo tronco é necessário o seguro. Em qualquer determinado caso ela tem um carácter próprio. Simplesmente pergunte-se, o que pode servir nesta situação de seguro. Lembre-se que é inútil lutar com as forças de equilíbrio. Não é possível esmagar o medo ou a preocupação. Só é possível diminuir a importância. E isto só é possível se haver um seguro ou um plano B. Nunca ponha tudo numa carta, por mais correcta que ela seja!

A única coisa, que não cria um potencial excedente – é o sentido de humor, a capacidade de rir de si mesmo e sem malícia, para não ofender, dos outros. Apenas isto já não vai deixar transformar-se num manequim insensível. O humor – é o contrário da importância, a caricatura para a importância.

Na resolução de problemas é necessário respeitar um regra de ouro. Antes de começar a resolver os problemas, é necessário diminuir a importância. Assim as forças de equilíbrio não lhe vão atrapalhar e o problema vai se resolver de forma fácil de simples.

Para diminuir a importância, para começar é necessário lembrar-se e fazer um relatório: a situação problemática surgiu em consequência da importância. Até que você, como num sonho, não explique a si mesmo que qualquer problema é uma criação da importância, e enterra-se neste problema de cabeça, você vai estra inteiramente ao poder do pêndulo. Pare, sacuda-se da apropriação e lembre-se o quê que é a importância. Depois mude intencionalmente a sua relação com o seu objecto. Isto já não é tão difícil. Pois para si é conhecido, que qualquer significância apenas atrapalha. A principal dificuldade consiste em lembrar-se a tempo, de que você está dentro da interior ou exterior importância. Para este objectivo é necessário o seu Vigilante interior – um observador interior, o qual está constantemente a vigiar os seus valores pessoais.

Os pensamentos das pessoas apropriam-se pela importância da mesma forma que os músculos entram em tensão. Por exemplo, quando há algo que lhe entristece, os músculos dos ombros e das costas encontram-se numa pressão espasmódica. Você não repara nesta pressão, até não aparecer a dor. Mas se lembrar-se a tempo e prestar atenção aos seus músculos, você poderá aliviar a tensão.

Apanhe-se na importância de cada vez que se prepara para um acontecimento qualquer. Se o acontecimento é para si de grande importância, não agrave ainda mais. A melhor receita é: espontaneidade, improvisação, uma leve relação. A preparação só deve ser feita em caso de seguro. Nunca se pode «preparar seriamente e até ao mais detalhado pormenor» – isto intensifica a importância. Uma preocupação inerte agrava-a ainda mais. O potencial da importância dissipa-se com a acção. Não pense – aja. Mude a sua atenção para um outro objecto, liberte a situação.

 

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